sexta-feira, 5 de março de 2010

LIÇÃO 10 - 1 TRIMESTRE DE 2010

Lição 10
07 DE MARÇO DE 2010
A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO

TEXTO ÁUREO
"Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus [...]" (2 Co 1.1).

VERDADE PRÁTICA
Sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão.

HINOS SUGERIDOS: 244, 486, 498

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Coríntios 10.1-8,17,18
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

    No capítulo 10, Paulo usa um tom de cautelosa afeição ao dirigir-se aos seus opositores. A mudança é tão drástica que alguns estudiosos chegam a pensar que os capítulos 10 a 13 desta epístola não tenham sido escritos pelo apóstolo. Entretanto, quando analisamos mais detidamente a personalidade e o temperamento de Paulo, começamos a entender, com mais clareza, a humanidade e o ministério do apóstolo dos gentios.
    Os últimos capítulos da epístola, por conseguinte, devem ser estudados com muita atenção. Neles, Paulo defende o apostolado que recebera do Senhor Jesus.

I. PAULO RESPONDE AOS SEUS ADVERSÁRIOS

    1. A aspereza versus a delicadeza de Paulo (10.1,2). Paulo era um homem que, à nossa semelhança, sofria os efeitos das emoções. Tinha todas as características, positivas e negativas, de um ser humano normal. Entretanto, por ser extremamente emotivo, sentiu fortemente as injustiças que lhe fizeram alguns coríntios.
    A aspereza de suas palavras em 2.4 e 7.8, quando se refere aos seus opositores, provocou uma reação ainda mais hostil por parte de alguns membros da igreja. Todavia, no capítulo 10, Paulo utiliza-se de um teor mais brando e delicado. Todo obreiro, portanto, é um ser humano dotado de sentimentos e que reage às situações; controlado, porém, pelo Espírito, não perde jamais a compostura cristã.
    2. Paulo apela para a mansidão e ternura de Cristo (10.1,2). Ao apelar para as virtudes de Cristo (mansidão e benignidade), Paulo foge ao padrão mundano; opta por uma resposta branda. Jesus é o grande exemplo (Mt 11.29). Aos que o acusavam de fraqueza, responde: "Eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde (temeroso), mas ausente, ousado (corajoso) para convosco" (v.1).
    Essa expressão não tinha nada de timidez. Na verdade, o apóstolo agia assim para evitar um conflito maior, imitando a serenidade de Cristo. Ele queria evitar uma ação disciplinar contra os rebeldes. Além disso, Paulo não desejava amedrontar os cristãos de Corinto, pois eram seus filhos espirituais.
    3. Paulo diz que sua conduta não era segundo a carne (10.2,3). O apóstolo usa o termo "carne" em dois sentidos. Primeiro, no sentido físico: andando na carne (v.3). A versão Almeida Século 21 diz: "Embora vivendo com seres humanos, não lutamos segundo os padrões do mundo". Paulo almejava que os coríntios lembrassem que ele e seus companheiros eram homens comuns.
    O segundo sentido da palavra "carne" é figurado; refere-se a uma parte da natureza humana corrompida pelo pecado, que tende a induzir-nos a contrariar as coisas espirituais. Reafirma o apóstolo: "não militamos segundo a carne" (v.3). Em outras palavras, Paulo estava declarando que não seguimos os desejos da carne, porquanto, embora habitemos em corpos físicos, somos guiados pelo Espírito de Deus (Gl 5.16).

II. INIMIGOS E ARMAS ESPIRITUAIS DO APOSTOLADO

    1. Os inimigos interiores (vv.4,5). No caso da igreja de Corinto, tais inimigos eram os argumentos contra o Evangelho puro, simples e verdadeiro de Jesus Cristo, que Paulo pregava e ensinava, bem como as falsas acusações contra seu ministério. O apóstolo foi um bravo militante na guerra espiritual contra os falsos ensinos na igreja ao longo de seu ministério, pois sabia do estrago que esses inimigos poderiam fazer na mente e coração humanos e, por conseguinte, na igreja.
    Nós também enfrentamos tais inimigos poderosos não somente dentro de nossas igrejas, mas também em nossa mente e coração. Em nosso íntimo, existem guerras espirituais sendo travadas. O próprio apóstolo discorre sobre isso em sua carta aos Gálatas (5.17), quando revela a luta entre os desejos da carne e do espírito. Entretanto, Paulo nos revela como vencer essa guerra tão difícil contra inimigos tão poderosos. "Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (Gl 5.16). Além disso, existem outras armas espirituais que estão disponíveis para nós utilizarmos, como veremos no próximo tópico.
    2. As armas espirituais (vv.4,5). Paulo sabia que nesta guerra espiritual ele não poderia utilizar armas carnais, tais como: capacidade intelectual, influência, posição social etc. O Inimigo não pode ser derrotado com armas semelhantes às suas, por isso, as armas do apóstolo eram espirituais e "poderosas em Deus para destruição das fortalezas." Tais fortalezas (v.4) são utilizadas para impedir que o conhecimento de Deus avance na mente e no coração do homem (v.5).
    Enquanto soldados de Cristo, militando o bom combate aqui na terra, estamos sujeitos às tentações e males dentro e fora da igreja. Portanto, temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais, que são: a Palavra de Deus - a espada do Espírito - a verdade, um caráter justo e reto, a proclamação do Evangelho da paz, a fé, a certeza da Salvação, e uma vida de oração (Ef 6.11-18).

III. A PERSPECTIVA DE PAULO SOBRE AUTORIDADE

    1. O significado de autoridade. De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, uma das palavras gregas para autoridade é exousia, cujo significado é poder, liberdade ou direito de escolher, agir, possuir ou controlar. Tratando-se da questão abordada por Paulo nesta segunda carta, esse termo é o que melhor se enquadra, uma vez que o apóstolo discute exatamente a qualidade espiritual de sua autoridade.
    2. A perspectiva de Paulo quanto à autoridade espiritual. Paulo argumenta com os coríntios que a consistência de sua autoridade apostólica encontra-se na coerência entre o seu discurso e a sua prática, as atitudes dele refletiam a sua pregação. Por isso, combatia de modo firme e enérgico àqueles que se opunham ao seu ministério. O apóstolo também questionava as acusações daqueles homens, pois assim como se autodeclaravam de Cristo, Paulo também podia se declarar. Ele assegurou àquela igreja que sua autoridade fora-lhe concedida pelo Senhor "para edificação e não para destruição" dos coríntios (2 Co 10.8). Acima de tudo, a integridade do seu caráter e ministério era o seu principal argumento e defesa.
    Outro ponto abordado pelo apóstolo é que ele e seus companheiros tinham sido os primeiros a chegar em Corinto com o evangelho, por isso, a igreja deveria dar crédito à sua palavra.
    Por fim, Paulo recomenda que nosso padrão de medida deve ser o Senhor e não os outros, porquanto, se fizermos assim, constataremos que não temos nenhum motivo para se orgulhar. Nos versos finais do capítulo 10, o apóstolo ainda aconselha a buscarmos o reconhecimento divino, e não humano.

CONCLUSÃO

    A autoridade apostólica de Paulo, exercida com tanta seriedade, fora lhe concedida pelo Senhor e encontrava-se fundamentada em seu relacionamento com Deus e na integridade de seu caráter e ministério. Portanto, se estivermos conscientes de nosso chamado divino e exercermos com integridade nosso ministério, não devemos temer falsas acusações, pois essas sempre farão parte da vida de um servo fiel.

Nenhum comentário: